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Merlo

Merlo

Qui | 19.09.24

O Que é o Setembro Amarelo?

Marco

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O Setembro Amarelo é uma campanha de sensibilização dedicada à prevenção do suicídio, que decorre durante todo o mês de setembro. Esta iniciativa começou no Brasil, em 2015, promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em colaboração com o Conselho Federal de Medicina (CFM), e tem como objetivo consciencializar a população sobre a importância da saúde mental e da prevenção do suicídio.
 
O mês de setembro foi escolhido devido ao Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, que se assinala a 10 de setembro, uma data promovida internacionalmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP). A cor amarela, usada como símbolo da campanha, representa luz, esperança e a valorização da vida.
 
Em Portugal, o Setembro Amarelo tem vindo a ganhar espaço, com várias organizações e entidades a aderirem à causa. Estas promovem eventos, palestras e ações de sensibilização com o objetivo de quebrar o silêncio em torno da saúde mental e criar uma rede de apoio para quem enfrenta pensamentos ou crises suicidas.
 

 
Relato: Um Grito Silencioso
 
O Marco sempre foi um rapaz reservado. Quem o via, acreditava que ele tinha uma vida normal, sem grandes sobressaltos, mas o que ninguém sabia era o peso que ele carregava no peito todos os dias. Desde muito cedo, o Marco sentiu uma angústia profunda dentro de si, uma dor que ele próprio não conseguia explicar. Era como se um vazio se tivesse instalado no seu coração, e, por mais que ele tentasse, nunca conseguia encontrar uma forma de preenchê-lo.
 
Todos os dias, o Marco travava uma luta silenciosa. Levantar-se da cama era uma vitória que poucos compreendiam. Olhar para o mundo lá fora, fingir um sorriso, responder com um “está tudo bem” quando, na verdade, dentro de si tudo estava longe de estar bem. O medo de desabar era constante. Ele vivia atormentado pela ideia de que, a qualquer momento, tudo o que ele se esforçava por manter em pé – a sua vida, o seu equilíbrio, a sua sanidade – podia ruir num instante.
 
Por mais que tentasse, o Marco não conseguia partilhar esta dor. O medo de ser incompreendido, o receio de ser julgado ou tratado como fraco faziam-no calar-se. A solidão tornava-se a sua única companhia, e a ansiedade e a depressão, as suas sombras diárias. Ele vivia em permanente alerta, temendo o dia em que tudo desabaria.
 
Mas o Marco não queria desistir. Ele queria acreditar que havia esperança, que as coisas podiam melhorar. Todos os dias era um novo desafio, mas ele agarrava-se à vida como quem se agarra a um fio de esperança, com medo de o perder. Ele sabia que precisava de ajuda, mas o medo de pedir era avassalador.
 
E, na sua solidão, o Marco percebeu que o Setembro Amarelo não era suficiente para si. Todos os meses eram setembro para ele. Todos os meses precisavam de ser amarelo. Porque a prevenção ao suicídio e o cuidado com a saúde mental não podem estar limitados a um mês. Marco precisava de apoio o ano inteiro. Precisava que o mundo compreendesse que falar sobre a dor emocional, sobre a angústia interna e sobre o medo de cair deveria ser normal em qualquer altura.
 
Para o Marco, todos os meses são amarelo, porque a prevenção do suicídio não tem uma data específica. É um compromisso diário, uma luta constante para ele, e para tantos outros que, como ele, lutam em silêncio.
Qui | 05.09.24

Relatos de um Marco - Sol brilha

Marco

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O sol brilha lá fora, a temperatura está amena a sombra, mas quente quando se anda o sol. Hoje tive de sair e tratar de um assunto pude aproveitar esse sol, mas a correria é tanta que nem o consigo sentir, só o desconforto do calor. Uma parte da deslocação foi feita de metro a outra a pé. Entre a troca de metro deu para relaxar um pouco adrenalina, que a falta de tempo me provoca. Consigo ficar um pouco a observar as pessoas da outra plataforma em frente, reparo nos passos largos em uma direção, outra apenas conversam, umas sozinhas (ao telemóvel) outras com a suas companhias, dá para ver umas empáticas, outras sorridentes parecem felizes, e outras abatidas e tristes, não me sito feliz devo estar nesse lote, nos olhos de uma pessoa do outro lado da plataforma. Dei por mim, a criar histórias do que elas conversam, isso ajuda a passar o tempo de espera, ou era isso ou estava de cabeça baixa a olhar para o telemóvel, não gosto, prefiro observar o que me rodeia.

Com exceção das estações que conheço, todas as outras consigo sempre errar a saída e sair pela mais longe, do local onde quero ir, claro que assim foi. Quando saio levo logo uma chapada do sol que aquase fico sego.  Olho para o telemóvel para descobrir qual a direção e aí vou eu, passo largo e toda adrenalina a subir por mim a cima. Gostava de conseguir gerir isto melhor, mas isto é o Marco, o que seria o Marco sem isto?