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Merlo

Merlo

Ter | 31.05.22

Banco Alimentar

Marco

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O fim de semana passado foi a campanha de recolha do Banco Alimentar contra a fome. Voltei a repetir a experiência, não consegui participar no sábado, mas fui ao supermercado e comprei alguns produtos, normalmente compro sempre produtos com muita validade e que não se estraga com facilidade, como massas secas, arroz e enlatados, assim sei que não se estraga e podem entregar durante uns meses.

No domingo, falei com o meu amigo/colega se ele ia ao banco alimentar ajudar, para me encontrar com ele, de alguma forma ia me sentir mais confortável porque não ia estar sozinho. Ele respondeu-me que não ia porque teve um stress com o COVID, acho que o filho teve contacto com alguém que tinha COVID, e ele também por precaução não ia, e acho que faz bem, não valia a pena ir espalhar.

Então fiquei numa e agora? Se vou tenho que ir sozinho, ou é melhor não ir? Por causa do COVID. Um dilema daqueles, mas enchi-me de força e fui, vesti-me e fui para o carro, desta vez consegui encontrar o estacionamento do Banco alimentar, porque na outra vez ficou em cima do passeio, mesmo á alfacinha.

Confesso que tudo cá dentro de mim, estava a borbulhar, porque tenho sempre muita ansiedade e mil e um pensamentos estão a surgir, e a mandar-me embora. E isto tudo gera uma sensação estranha e não muito boa. Mas ia movido com o sentimento que poderia ajudar alguém que precise e hoje ajudo eu, amanhã posso ser eu a precisar de ajuda.

Fiz a inscrição, com o coração a mil e respondi as perguntas e fui para o armazém, entrei senti-me perdido no meio daquela gente toda, que já estavam a trabalhar, e senti que estava a ficar em pânico, e os pensamentos a mandar-me embora, mas consegui manter a calma e avancei aos poucos fui ajudado a descarregar os produtos das caixas e depois quando houve um pequeno espaço subi para colocar os produtos na esteira. E com o trabalho e com todos o esforço exigia e foco acho que me esqueci de toda a ansiedade que tinha, e os pensamentos foram sumindo. Aquele trabalho fisicamente é duro, porque está sempre a chegar caixas para descarregar e não dá descanso, mesmo. Mas há sempre muita gente a ajudar e de muitas idades, mais novos e mais velho que eu.

Passou-me tantas massas pelas mãos que acho que não ia conseguir comer todas em 5 anos, fiquei muito contente por haver tanta gente ajudar quem mais precisa. Mas não foram só massa, para terem noção dos produtos mais populares que me lembro, era leite, enlatados (atum, salsichas, feijão, etc), massa, arroz, cereais, havia lá coisas que eu nem sabia o que era, mas enviei para a esteira, para alguém apanhar e separar e arrumar no sitio correto.

 Normalmente as pessoas que vão ajudar e estão muito focadas, mas sempre dá para dar um sorriso ou receber um. Acho que a experiência é muito agradável, tirado a parte das mãos que ficam pretas dos produtos, mas nada que a água e sabão não lave, e os toque que recebo.  

Sempre que estive lá utilizei a máscara e tomei todas as precauções para que o COVID não me apanhasse.

E assim foi a minha experiência de mais uma vez no Banco Alimentar.

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