Garrafa
O amor é a melhor parte de qualquer história.
Stephenie Meyer
Entro no metro e encosto-me num canto, as minhas viagens são sempre feitas de pé, para conseguir dar o distanciamento, talvez seja um trauma da pandemia, ou apenas estupidez. Como vou de pé, ou enterro a cabeça como uma avestruz no telemóvel ou vou observando o que me rodeia, escolho sempre a segunda opção, nem se seja para sentir algo. Ali no metro não há muito para observar, apenas vejo pessoas a entrar e a sair, sempre apressadas para ir para algum lugar.
Numa das estações entrou uma senhora e um senhor, ela entrou á frente, e foi se sentar, ele dirige-se ao varão que está no centro e segura-se. Depois muda de local e vai para a parte de trás dos bancos e fica desta forma de frete para ela. Pensei que fossem um casal, mas ela tinha a cabeça enterrada no telemóvel, e nem a cabeça levantava ou mostrava alguma expressão de carinho para com ele. Ainda pensei que ele andava a caça, e tinha mudado de posição para se mostrar a presa.
No meio de tantos pensamentos aleatórios, lembrei de um vídeo que tinha visto á algum tempo, que conta uma mostra a história como uma garrafa de água juntou um casal. Um rapaz no metro todos os dias se senta ao pé da sua "crush", e tenta chegar a ela através da garrafa de água, mas nunca consegue porque ela todos dias leva uma diferente. Acho que ela deve ser dona da empresa das garrafas de água, porque todos os dias leva uma diferente. No fim já ele meio desanimado e a desistir, ele já não se senta ao lado dela, mas coloca a garrafa ao seu lado e ela levanta-se e senta-se ao seu lado e hoje a garrafa era igual, e termina com eles a conversar o resto da viagem.
Acho que a terceira hipótese é a melhor, nem que seja para criar histórias na minha cabeça, toda esta cena fez-me recordar este vídeo. E como foi difícil de o encontrar, não imaginam.
Não sei se, é só comigo, mas costumo fazer isto no metro ou outro locais públicos, para distrair e passar o tempo, às vezes até imagino os seus diálogos .
Basicamente tudo serve para me distrair e não ser mais uma avestruz com a cabeça enterrada no telemóvel, sem ver o que me rodeia.