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Merlo

Merlo

Qui | 07.12.23

Isto se passou no último fim de semana

Marco

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No último fim de semana decorreu mais uma recolha do Banco Alimentar contra a fome. Depois do almoço fico ali sentado numa guerra interna, para decidir se vou ajudar no banco alimentar, sinto-me cansado porque de manhã fui andar de bicicleta e ainda foram alguns quilómetros. Esta etapa é mais difícil, porque há um milhão de perguntas a surgir. Mas lá vou me preparando, tomo banho, troco de roupa e preparo a mochila, carrego com os cadeados e as luzes, coloco o capacete e lá vou de bicicleta até o armazém.

Hoje há pouco transito, é fim de semana a viagem é calma. Quando estou a chegar ao armazém, há uns cruzamentos, tenho medo de me perder e tenho de circular entre os carros, tenho sempre receio dos carros, mas vou avançando e ais que chego. Entro pelo portão, o segurança mete-se comigo, e diz que não posso entrar por ali, mas estava a brincar e volto a avançar até ao local do check-in, amarro a bicicleta com os cadeados. Subo as escadas e faço o check-in, dou os dados e vou para o armazém. Quanto mais me aproximo, mais um medo toma conta de mim.

Levanto o escudo e avanço. Vou atravessando entre as pessoas que estão a fazer uma pausa e chego ao local onde se arruma os alimentos. Já lá há gente a trabalhar a passadeira rolante já leva os alimentos para cada sessão. Tento encontrar um sítio para ajudar, fico no arroz, só tenho de o colocar na caixa e enviar fechar e depois colocar na palete. Tem momentos que abranda, mas tem outros que gostava de ser um polvo com 8 braço para conseguir ser rápido. Em maioria as pessoas que lá estão são simpáticas, tem sempre um sorriso para dar, tento dar sempre o meu, mesmo sentido uma grande angústia, um aperto no peito. No entanto também há lá gente não tão simpática, normalmente são aqueles que tem colete amarelo, devem pertencer ao banco alimentar ou são mesmo voluntários o ano inteiro, até os desculpo por que tem de coordenar aquilo e provavelmente já estão ali a imenso tempo, mas de qualquer forma podiam ser um pouco mais cordiais.

Depois fiz uma pausa e fui beber uma água e voltei, mas desta vez fui para a sessão da massa grossa, onde só a tinha que arrumar, nem eu sabia que havia tenta qualidade e tanta marca de massa. Havia pessoas que traziam massa em alguns sacos pedia-lhes que despejassem que ficava mais fácil de arrumar. No final quando terminei já era de noite e tarde.

Fui buscar a minha mochila e desamarrei a pobre coitada e instalei-lhe as luzes. Está frio já se sente e muito, o bom de andar a noite é que há menos transito. A meio do caminho para casa sinto que tenho o pneu de trás furado, tento pedalar de pé para fazer peso para a frente para ainda conseguir andar alguns metros, até não conseguir mais. O resto do caminho tive que o fazer a pé, as pessoas que andavam na noite, todas bem vestidas, meio que ficavam a olhar para mim, quando me cruzava com elas, paciência tinha que chegar a casa. Por fim após a caminhada cheguei, no final correu bem. E assim terminou mais uma aventura.

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