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Merlo

Merlo

Sex | 28.06.24

nunca sabemos quando vamos lá parar #diário

Marco

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Pois … é assim nunca sabemos quando vamos lá parar. Tudo começa com um pequeno desconforto. Na expectativa que não é nada apenas, algo temporário. No outro dia esse de conforto aumenta, acordas em baixo, completamente de rastos, e com a cara vermelha. Será que foi algum sonho mais atrevido? Só que não, é mesmo só o que era desconforto a aumentar. Assim passa mais um dia, e com ele já vem dor, e um peso enorme do lado esquerdo, não um peso real, mas sim psicológico, tomas um brufen e deitas na esperança que passe, mas só que não. O que era desconforto agora é dor, voltas a tomar outro brufen, na esperança que tudo desapareça, tinha vontade de tomar todos, mas só que não podia. A dor até deu tréguas e abrandou, mas o desconforto não. Doí-me o maxilar quando mastigo, boa assim posso fazer dieta, sempre que comer lembro-me que não devo comer que quero ficar um trinca-espinhas. Ouço um iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii constante, sinto que ouço pior, a televisão está aos berros a vinte e tal, sinto algum conforto com os phones de ouvido, assim passei um bom tempo com eles, mesmo com eles desligados. Mas a dor volta mais forte, sei que já não é um simples desconforto, sei o que é desde o início. Mas tinha a penas a esperança que era só algo passageiro e se tomasse algo, passava. A dor continua, a concentração, já não existe e veio a decisão ir ao hospital, porque sei que isto só passa com um antibiótico, não se pode ir a farmácia apenas pedir, por vezes gostava, não tinha que passar por toda a burocracia, para o receber. Mas odeio tomar antibiótico, porque me deixam mais em baixo, não sei por que razão, mas acontece sempre. Também existe uma razão para não ser acessível o antibiótico, pelo perigo que ele traz se for tomado deliberadamente (se quiserem um dia posso escrever sobre isso). Peço lá no trabalho se me posso ausentar, para ir ao hospital porque a dor era imensa, e já nem tinha concentração para estar ali, iria só estar corpo presente, dão-me a confirmação (isto é uma das coisas que tenho mais fricção, é pedir isto). Apanho as chaves do carro e ai vou eu, surdo e cheio de medo, por causa desequilíbrio de concentração… E foi ai que bateu, acho que deveria ter apanhado um TVDE ou algo do género, já era tarde estava dentro do carro e a caminho. Agora só resta seguir caminho. Chego e estacionamento, e um lugar, nem velo dou a volta e lá encontro um lugar, vou a frente e começo a dar macha atrás, sabem aquele momento que começam a estacionar e não há nenhum carro atrás e depois olham e já tem uma fila? Foi isso que aconteceu, estou eu a estacionar e começam a chegar, só para fazer mais pressão, e ali estou eu vai a frente vai atrás para endireitar o carro até ficar certo. Saio apanho o elevador e vou para o atendimento, sou recebido e tiragem explico o que é e sala de espera. Aqui sim começa um dos meus pesadelos, sala de espera. Fico por ali muito tempo, já sem saber como estar na cadeira, vou a casa de banho só para andar. Reparo que era o único que estava só, todas as outras pessoas que estavam ali estavam acompanhadas, filhos e pais, pais e filhos, casais, amigos e eu só, senti-me mal, mas o que podia fazer? Pois …. Tem momentos que os números não andam parece que parou, fico a pensar que raio estão a fazer os médicos? Foram tomar o lanche, estão todos a conversa, foram jogar as cartas? Não sei… possivelmente só estão nos seus gabinetes a ler relatórios dos pacientes. Depois de uma longa espera chega a minha vez, vou para o gabinete, entro fecho a porta e sento-me falo das minhas queixas, e a doutora só escreve, queria ver o que raio ela escreve, mas só escreve. Manda-me sentar na maca e vê nariz, garganta e ouvidos, o cenário não era bom, otite confirmada (o que era suspeita minha, agora confirmada), voltamos para a secretária e volta a escrever desenfreadamente e um silencio, não sei o que dizer, só penso estou lixado pelo silencio e porque ela só escreve. Termina, pede-me para acompanhar, só pensava, agora é que estou mesmo lixado. Leva-me até uma bancada de um enfermeiro que não estava e deixa um papel e diz para aguardar na sala, mais uma espera. Ais que ele chega e chama-me, leva-me até ao elevador e pede-me para subir até ao otorrino e entregar o papel a um colega dele. Assim faço, chego e entrego, e novamente pedem-me para esperar na sala. Lá vou eu, fico á espera, á espera, á espera, sem saber como estar ali, penso várias vezes em ir embora para o carro e ficar ali a espera, mas não dá. Ais que farto de esperar e com dores vou até a enfermeira, que ela me diz que a doutora está no bloco, estava numa área de otorrinos, será que não havia outra alma que me podia ver? Mas não volto a esperar, e a esperar, ais que vejo passar uma senhora com fato de estar numa sala de operações e passado uns minutos sou chamado e ai vou eu, volto a explicar as minhas queixas, não sei porque perguntam tantas vezes se já tinha dito á outra colega e ela escreveu tanto, será que é para ver se estou a mentir? Não sei, mas fico a pensar sempre isso, e ela volta-me a examinar e o cenário não estava bom, voltamos a cadeira da secretária falamos ela explica o tratamento e saio. Volto a apanhar o carro e ai vou eu, correr para a farmácia compro tudo (claro que estava um antibiótico, na outra vez á uns anos também foi). Vou para casa, como um pedaço de pão sem vontade e tomo logo os comprimidos, e deito-mo, não deveria estar cansado porque esperei tanto, mas sinto-me cansado.

Hoje já me sinto melhor, não a 100% ou bom como gostava, mas bem. 

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