Oh senhor guarda não me faça cara de mau
Levanto-me cedo, faço higiene e visto a roupa apanho as chaves do carro e aí vou eu, a caminho das análises.
O carro tem que ficar sempre longe porque não há estacionamento, mas pronto o caminho de ida e volta sempre dá para pensar. Chego a clinica e vejo uma porta que diz "Entrada Principal" esbarro contra ela, porque não abre e fico a fazer gestos, para abrir até que passa por mim uma alma carinhosa e me diz que a entra é mais abaixo, já estava a pensar ir arrancar uma arvore e fazer uma "Aríete" (vê se nos filmes medievais, é usado para rebentar os portões dos castelos) para deitar a porta a baixo, se não fosse a alma carinhosa iam ganhar uma porta nova.
Entro e lá vou eu, em busca das placas que me conduzem ao posto das análises, chego, espero para ser atendido e dar admissão, e volto a esperar que os vampiros me chamem.
E sempre a olhar para o relógio, para ver se não chegava atrasado ao trabalho, saio a mil a hora, e apanho o carro apanho logo sol nos olhos fico logo cego, ajusto as palas e "lets go". Hora de ponta, cidade parada, o waze ora me manda por um sítio ora por outro, está maluco, antes que ele me pusesse em aventuras vou por onde conheço. Para aqui, para ali, e lá vou indo, devagar, mas vou com um olho no relógio. Até que chego á "Praça de Espanha" tudo parado, "que bonito", já estava a ferver ainda fiquei mais, o carro já parecia um "Muscle American Cars" a roncar, até chegar ao semáforo parei umas 6 vezes. Última paragem sinal verde, "bora que é nosso" dá-lhe gás, esbarro com um polícia que me manda parar, parei mesmo no limite, e faz-me cara feia, levanto-lhe a mão, de modo está tudo bem, mas cá dentro chamei-lhe mil nomes feio, porque o sinal estava verde. Despois de sair dali foi sempre a andar, mais um para aqui e outro para ali. Cheguei antes da hora do trabalho por isso correu bem e não tive que desculpar-me de nada.