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Merlo

Merlo

Qua | 24.05.23

Relatos de um Marco - Exames parte 2

Marco

 

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Mais um dia de exames, e estes no dia de semana e tenho que os gerir com o trabalho. Aviso sempre lá no trabalho que tenho uns exames e pergunto sempre se há problemas em ir, no caso de haver para tentar remarcar para outra data. Normalmente dizem-me que não há, também avisei que este pela sua complexidade pode ser que não trabalhe e necessite de tirar o dia.

Acordo cedo, preparo-me e chamo um TVDE (isto tudo para não escrever a marca da app), o condutor aceita a viagem e fico a espera tempo estimado para chegar 10 minutos. “Porque não vais de carro?” Porque segundo eles não posso conduzir depois. Como odeio esperar, mas tem que ser. Fico ali a olhar para o visor do telemóvel a ver quando ele estava próximo de casa. Ais que fica perto desço as escadas e saio para a rua, e vejo ao fundo da rua. Chega entro e digo bom dia e ele responde, ele diz o nome dele, mas não entendi nada, mas valida ter dito que che chamava João. Seguimos viagem, ele vai ouvir uma música indiana, não entendo nada da música, mas pouco interessa só quero mesmo chegar ao meu destino a horas. Porque tenho horas para chegar. A viagem é passada a olhar pela janela, vendo as pessoas lá fora e outros condutores sempre tão aperssados. Até que chegamos e peço para me deixar na entrada e aqui começa o drama dos corredores e portas, qual é o meu. Subo as escadas e vou  seguindo as indicações que me foram dadas por telefone. Claro que entro numa porta tiro senha, e espero. Claro não estava no lugar correto, a senhora explica-me e lá vou eu a correr, porque já estava a pisar a hora marcada. Chego ao novo local, com a incerteza que era mesmo ali, tiro novamente a senha e espero, sou chamado e ufaaaaa estava no local correto. Faço o check-in e vou me sentar e ficar a espera. Passa a hora e eu começo a ficar mais nervoso, naquela sala sozinha. Até que chega uma enfermeira e diz o meu nome junto com outros, vou até ela e entramos por umas portas. Faz umas perguntas e leva-me para uma espécie gabinete, com uma cama pede-me para deixar as minhas coisas no cofre e tirar a roupa e vestir uma bata e deitar-me na cama. Nunca sei apertar a bata não sei se abertura é para a frente ou para trás, não tem nenhum manual de instruções. A minha bata, já tinha muito uso, não era nova via-se pela cor e até tinha uns furos, não sei a sua histórias mas deve ter muitas para contar, e hoje vai fica com mais uma, mas estava lavadinha. Visto a bata e deito-me na cama, claro que era para deitar por baixo dos lençóis e aqui o parolo apenas se deitou. A enfermeira explicou-me e fiz o pretendido. Disse que era ela que me ia acompanhar e reclamou da cama que era pesada, mas não tenho culpa a mim só me disseram que era para deitar ali. Com isto tudo lá vem mais agulhas para me espetar na mão e lá fico eu. Deitado a ouvir a máquina dos pis…. Vem mais uns médicos ou enfermeiros falar comigo, pede-me informações vou respondendo o que sei, ou que não sei não posso responder. Até que chega a hora, a enfermeira vem-me buscar chama o colega para me levar com a desculpa da cama ser pesada, e a conversa deles é onde estão as camas deles, ele responde que foram levadas para os COVIDs e que em princípio vão voltar. Passamos por corredores, eu completamente perdido, não sei onde estou. Até que chegou a uma sala metem-me lá para dentro, a senhora que está lá dentro explica-me o procedimento, pede-me para assinar uns papeis. Eu penso, o que acontecia se agora recusa-se? Claro que não o ia fazer, se fosse nem ia. Já estava ali, era para o que fosse. Chega a médica fala comigo, não sou de muitas palavras, e estou muito assustado com aquele aparato todo. Mas tento mostrar uma serenidade, e tento falar. Começa o exame, mexe aqui mexe ali até que termina. Sinto-me mole de todo o procedimento e sou novamente arrastado para o ponto de partida, e deixado lá sozinho. Mantenho-me imóbil, mas fico a pensar, desta vez não me consegui conter e sinto as lágrimas escorrer, e a máquina dos pis acelerar, fico aflito e limpo o rosto o mais rápido possível, para que ninguém repare. Passado uns alguns minutos vem novamente falar comigo, e dão-me algo para comer. Não tenho fome nem sede, acho que como por educação. Mais algum tempo dize-me que posso me levantar, e mudar de roupa. Mudo de roupa e fico á espera de novas indicações, depois fico sentado numa cadeira novamente à espera, não sei do quê, eu apenas quero ir embora. A doutora passa por mim diz correu bem, mas continuo ali a espera. Até que a enfermeira, vem e me dá um papel com o relatório e pergunta se tenho alguém comigo, digo que não. Fico mais tempo à espera, até me deixarem ir embora para casa.

Mais um aventura deste Marco e assim me despeço com um beijo e um queijo até para a próxima. 

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