Relatos de um Marco - O Resmungão
“Por medo deixei de fazer tanta coisa
e por coragem fiz tanta burrice.
por isso agora eu sou assim, confuso.”
Livro: O que eu faço com a saudade? Por Bruno Fontes
Uma ida ao supermercado que até parecia normal e foi. A lista até era pequena, mas precisava de algumas dessas coisas para o jantar ou então tinha de improvisar e fazer outra coisa. Mesmo assim decido ir, e preparo-me tento encontrar uma sacola e lá vou eu todo pimposo. Chego e começo a atacar a lista para não estar muito tempo ali, vou deitando o olho para os produtos em promoção e acabo sempre por trazer mais coisas do que estão na lista. Ais que termino e vou para a caixa, nem tinha muita gente a minha frente 1 pessoa na caixa a fazer o pagamento e outra a espera, e eu fico ali a olhar, sei la para o quê. A pessoa que está minha frente avança e eu dou um passo e continuo espera e olhar para o nada. Ais que passa um empregado da loja e vai até a caixa e pergunta algo sobre o preço do pão, que acho que não estava marcado. E aqui que ouço um resmungar atrás de mim, ele era a pessoa que estava atrás de mim, mas já havia mais pessoas, nem tinha reparado, porque estava só olhar no sentido da fila e com a cabeça na lua. Ouvi esse grunhido, vi o que se tratava e ignorei, mas não é que o resmungão estava sempre a grunhir, sempre que dava um problema, lá estava ele. Chegou a minha vez coloco as coisas no tapete e já com o saco na mão, porque os empregados da caixa é só passar, passar, passar … e nem para o cliente olham, já sei como são e adotei a regra pagar só no final de arrumar as comprar, para eles não começarem a atender o próximo cliente e eu ainda arrumar. Há uns que não gostam, mas temos pena, também não gosto do atendimento deles e às vezes prefiro mesmo ir às automáticas. Tudo na sacola e lá vou eu fazer o pagamento, até já tinha aberto a aplicação do telemóvel para pagar, mas o telemóvel sempre que pago naquele supermercado passa-se, e dá umas notificações e tive de repetir. E quem já estava a grunhir? O resmungão. Juro que me apeteceu lhe dizer, “Olhe está com pressa, tivesse chegado mais cedo, agora eu não tenho culpa por estar atrasado.”, mas respirei fundo e ignorei. Repeti o pagamento e gradeci ao empregado, acho que ele já estava a atender o resmungão e nem respondeu e segui caminho.